quarta-feira, 25 de abril de 2012

Bandeira Negra - Lógica do Conflito (Última Postagem)



Olá a todos e todas. O Bandeira Negra está de volta para lançar o disco definitivo de 9 anos de luta. Disponibilizamos para todas e todos, as faixas acumuladas em estúdio e também estamos nos despedindo enquanto grupo. 9 anos de pessoas que acreditaram numa proposta que aliou a anarquia, a cultura e a rua. 9 anos de empenho, dedicação e propagação de uma ideia que vimos que tem eco nas cabeças de homens e mulheres que se dispuseram a ouvir a música. Agradecemos fraternalmente e esperamos que gostem do disco. Agradecimentos especiais a Ébano Machel por ter arquitetado sonoramente o Bandeira Negra. É isso!

A Bandeira Negra há de tremular.....

Integrantes:

Alexander Nélio
Fábio Emecê


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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

domingo, 19 de fevereiro de 2012

O Segredo das 7 Irmãs / Secret of Seven Sisters (2010)




Série de 4 documentários que detalha a história das 7 grandes corporações mundias do petróleo, de como elas conseguiram comprar presidentes e reis, enganar nações, articular golpes de Estado, de praticar espionagem, assassinatos, provocar guerras, e fazer o maior cartel da história da humanidade colocando quase que todo mundo moderno a mercê de seus preços.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Imobiliária devedora de IPTU quer despejar 700 famílias em Carapicuíba

A Favela do Savoy – que adotou o nome da empresa - já vive essa briga pela posse do local desde 2005, dois anos depois que as pessoas iniciaram a ocupação. Mas desta vez o prazo apertou e os moradores, que receberam no dia 25 de janeiro o aviso de reintegração, buscam acreditar nas promessas que lhes são feitas. A ação de reintegração de posse, marcada para 6 de março, pode dar vitória à Savoy Imobiliária Construtora na disputa do terreno de 66 mil metros quadrados.

Mais 700 famílias podem ficar sem moradia em um despejo marcado para o dia 6 de março em Carapicuíba, em São Paulo. A ação de reintegração de posse, marcada para às 6 horas, pode dar vitória à empresa Savoy Imobiliária Construtora na disputa do terreno de 66 mil metros quadrados. A empresa ficou marcada na CPI do IPTU, realizada em 2009 pela Câmara dos Vereadores de São Paulo, por ser o maior grupo devedor de IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) da cidade, e provavelmente do Brasil.

A Favela do Savoy – que adotou o nome da empresa - já vive essa briga pela posse do local desde 2005, dois anos depois que as pessoas iniciaram a ocupação. Mas desta vez o prazo apertou e os moradores, que receberam no dia 25 de janeiro o aviso de reintegração, buscam acreditar nas promessas que lhes são feitas.

Segundo Tião, que mora lá, as famílias passaram a ter esperanças nas palavras do prefeito Sergio Ribeiro (PT), que prometeu, na campanha eleitoral, que este caso poderia ser resolvido quando ele assumisse a gestão da Prefeitura.

O prefeito Ribeiro explicou que desapropriou o terreno em 2009 por decreto, e hoje ele só poderá ser utilizado para construção de moradias populares. No entanto, segundo ele, a Prefeitura não consegue pagar os 6 milhões de reais estipulados como valor de 2011 do local. “Carapicuíba tem o menor orçamento per capta e ao mesmo tempo a terceira maior densidade demográfica do estado”, argumenta.

O petista, no entanto, demonstrou otimismo nas tratativas para a construção de casas do programa Minha Casa Minha Vida do governo federal em conjunto com o programa Casa Paulista, do governo estadual. Durante a construção das 1080 unidades previstas no projeto, o prefeito garante que a cidade abrigaria os moradores em terrenos provisórios.
Perguntado sobre a reintegração de posse, Ribeiro disse que “se ela for cumprida no dia 6, aí sim temos um grande imbróglio. Então não posso assegurar nada. Demos passos firmes e seguros, mas só vamos ter certeza do acordo no dia em que depositarem o dinheiro para compra do terreno”.

Já Tião, sobre a possibilidade das forças policiais retirarem as famílias do local, se coloca em silêncio um instante pra depois falar. “Nem casa eu procurei ainda. As famílias não conseguem nem alugar casas, não tem condições. A renda é muito baixa, o aluguel é alto. As pessoas que têm muitos filhos não conseguem empregos”, responde, encerrando o assunto.

Savoy
A CPI do IPTU, apesar de concluir que a empresa faz parte da lista dos maiores devedores, não conseguiu ser elemento suficiente para que a empresa Savoy pagasse definitivamente suas dívidas. Dono e administrador de grandes terrenos na grande São Paulo, no centro da cidade – alguns alugados pela Prefeitura de Kassab – e em regiões valorizadas como a Avenida Paulista - local de sua sede - o grupo questiona as suas dívidas na Justiça há mais de dez anos.

Em 2010 o grupo devia cerca de 56,8 milhões de reais, boa parte por conta dos shoppings da qual é proprietário. A empresa pagou este valor como forma de continuar suas atividades sem ficar como devedora. Mas quer reaver isso na justiça. Na visão da Savoy, depois da própria CPI os valores do IPTU passaram a ser lançados com menos erros. Otávio Caetano, assessor jurídico da empresa, falou que eles vencem a maioria dos processos e disse com risos que “a Savoy pode até estar na lista de devedores, mas bem longe do primeiro lugar”.

Em Carapicuíba, segundo o próprio prefeito da cidade, a empresa também deve impostos. E também questiona os valores, justamente do terreno em disputa. Ao colocar que a Savoy sempre teve aberta para as tentativas de negociação, Caetano se solidariza com as limitações financeiras da prefeitura. E joga pros moradores o problema do não pagamento de impostos. “O pessoal que tá lá usa serviço de saúde, educação, etc – às vezes até mais do que o normal pela falta de saneamento básico - mas não paga impostos”.

O assessor da Savoy vê pouca chance da verba federal vir pois a cidade não deve cumprir determinados pré-requisitos. E contou a sua versão da história da Favela do Savoy. Em 2005, numa das três tentativas de despejo que foi adiado, haviam menos de 100 famílias cadastradas pela polícia e “o problema é que quando você suspende [o despejo] dá mais força aos invasores e muitos se encorajaram para também entrar no terreno”. Ele disse nem saber o número atual de moradores no local.

“Nossa empresa tem uma experiência de controle de patrimônio muito rígido”, diz Otávio. Ele contou, na tentativa de mostrar em cifras a impossibilidade da empresa cancelar o despejo, que uma operação deste porte custa de 500 a 600 mil reais. “Essa invasão é diferente do Pinheirinho. O pessoal sabe que a ordem judicial é de reintegração. A empresa se dedicou para resolver por todos os meios, mas chega um momento que a solução é a lei, e a lei é a reintegração de posse”.

Enquanto os moradores esperam para saber seu destino, a empresa se esforça, em reuniões com a polícia, para efetivar mais uma vitória do “direito à propriedade privada” sobre o “direito à moradia”.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

O medo do hétero diante do gay


Temos visto várias notícias de homens que se assumiram gays em circunstâncias esquisitas. O curioso é o completo pânico heterossexual que vejo por trás de quem as lê

Outro dia, numa festa, um grupo de homens comentava numa rodinha que um amigo tinha virado gay. Separou da mulher e virou gay. Assim, como quem descobre de um dia para o outro que prefere uva a maçã. “Eu sempre achei que ele levava jeito”, disse um deles. Não foi o suficiente para acalmar os demais. Reparei na risada um tanto nervosa daqueles machos cinquentões, como se aquele acontecimento tivesse o poder de balançar suas certezas, de lhes plantar uma pulga atrás da orelha: será que eu também…? Não foi a primeira vez que presenciei conversas do gênero. Ao contrário, elas têm se tornado cada vez mais frequentes.

Tenho notado também que, nos últimos tempos, volta e meia aparece uma notícia bizarra envolvendo se tornar homossexual num piscar de olhos. Literalmente. Em novembro passado, veio à tona a história do jogador de rúgbi britânico que, ao acordar do coma após sofrer um AVC, se descobriu gay, pintou o cabelo, emagreceu, começou a malhar na academia e arranjou um namorado. “Sei que parece estranho, mas quando ganhei consciência, imediatamente me senti diferente. Não estava mais interessado em mulheres, eu era definitivamente gay. E nunca tinha sentido atração por homens antes”, jurou o rapaz.

Na semana passada, uma transexual americana de 40 anos revelou que se chamava Ted, era felizmente casado com uma mulher e tinha dois filhos, até que, em uma tarde ensolarada de primavera, foi picado por uma abelha. Seu organismo passou então a perder testosterona, o hormônio masculino. Ao passar as mãos sobre sua pele e senti-la macia, gostou da metamorfose e resolveu ir mais fundo: fazer uma cirurgia de mudança de sexo. Ao contrário do jogador de rúgbi, porém, ela admitiu que, quando criança, brincava de se vestir de menina e tinha sentimentos ambíguos em relação à sua identidade.

Vejo dois sintomas aí: um é a relativa conveniência da situação. Deve ser bem mais cômodo atribuir a homossexualidade a um AVC ou a uma picadura (ops) de abelha do que admitir que sempre sentiu atração por pessoas do mesmo sexo. Algo como: “Ah, eu era superhetero e tinha três namoradas, até que um raio caiu na minha cabeça numa sexta-feira 13 e virei gay”. Ou: “Eu tinha uma família adorável com mulher e cinco filhos, mas um dia tomei por engano uma caixa de paracetamol e agora me sinto atraído por homens”. Num passe de mágica, contorna-se o conflito com a família e a sociedade: foi só um efeito colateral, gente.

Outro sintoma, mais subjetivo, é o completo pânico heterossexual que vejo por trás dessas notícias. “Quer dizer que eu também posso virar gay assim, sem mais nem menos?” Tenho observado que, com a maior divulgação da causa gay e a maior visibilidade dos próprios homossexuais, o mundinho hétero entrou em polvorosa. Como se os machos tivessem se transformado em uma espécie em extinção. Como se a homossexualidade fosse contagiosa e os que se salvarem da “praga” não fossem resistir ao meteoro que irá se chocar contra a Terra em 2014, matando todos os heterossexuais, assim como aconteceu com os dinossauros: bum! Ah, vocês não estavam sabendo disso? Brincadeirinha…
(Um terceiro sintoma poderia ser o desejo oculto de alguns de que o tal raio da homossexualidade caísse de uma vez por todas em sua cabeça. “Que alívio!” Mas esse eu deixo para os psicanalistas.)

Honestamente, rapazes? Não entendo do que vocês sentem tanto medo. Alguns dos homens mais bem resolvidos que eu conheci confessaram já ter sentido dúvidas em relação a sua sexualidade. Outros – menos numerosos, é verdade – até assumiram ter tido uma ou outra experienciazinha com o mesmo sexo, na infância e até depois dela. Relaxem, garotos. Tenho certeza que vai haver menos homofobia e mais tolerância no mundo no dia em que todo macho do planeta for capaz de admitir que pelo menos em algum momento da vida, por fugaz que fosse, passou pela sua cabeça que… Talvez… Quem sabe? E o que é que tem de mal nisso?