Por: Redação - Fonte: Afropress: Foto - Frente 3 de Fevereiro - 22/8/2009
S. Paulo - Não foi de nenhuma entidade do Movimento Negro de S. Paulo, mas de um coletivo composto por estudantes e profissionais liberais - a Frente 3 de Fevereiro - a iniciativa de promover a primeira manifestação pública para protestar, em frente ao Carrefour, contra a violência racista sofrida pelo funcionário da USP, Januário Alves de Santana, o homem negro espancado por cinco seguranças, depois de ser tomado por suspeito do roubo do seu próprio carro – um EcoSport.
Munidos de indignação e dispostos a "fazer alguma coisa" a Frente 3 de Fevereiro conseguiu reunir 10 carros com ativistas que saíram na manhã deste sábado (22/08) da Praça Pan Americana, zona Oeste de S. Paulo, até a Avenida dos Autonomistas, em Osasco. Em cada carro, uma placa com a inscrição “Carrefour Racista”.
Além da placa, já no estacionamento, eles montaram uma performance e ligaram sirenes com a locução: “Atenção. Sou Negro e este carro não está sendo roubado”. Assustada uma senhora que se apresentou como Regina, porta-voz do Carrefour, acompanhou a movimentação, enquanto os ativistas procuravam pela “salinha”, onde Januário foi espancado barbaramente durante quase 30 minutos pelos seguranças.
O local do crime
Chegaram até uma salinha de vidro, onde alguns homens não quiseram se identificar nem responderam a tentativa de contato, e souberam por informações que, provavelmente foi no local – antes protegido por uma tela escura de insufilme - que ocorreu o espancamento na noite do dia 07 de agosto.
Uma viatura da Polícia Militar foi chamada, porém, a representante do hipermercado, informou que a viatura estava apenas fazendo ronda. Segundo Felipe Teixeira Gonçalves, a informação seria desmentida pelos próprios policiais que disseram terem sido chamados.
Onde estão os negros?
No final estenderam uma enorme bandeira com a inscrição “Onde estão os Negros” e distribuíram panfletos com o título “Carrefour Racista - Frente 3 de Fevereiro convoca para a Ação" - e o texto com um alerta para os negros: Ao escutarem um alarme tocar ou receberem alguma movimentação estranha em locais públicos:1) Não entre em seu carro, não corra;2) Disfarce automaticamente para não ser confundido;3) Entre em alguma loja, comece a conversar com alguém do seu lado;4) Atenda o celular, mesmo que não esteja tocando;5) Não chame a polícia e nem fique por perto do segurança do local; 6) Evite ficar perto de outro negro, juntos são suspeitos de formação de quadrilha.
Flávio Santana
A Frente surgiu depois do assassinato do dentista Flávio Santana, morto por policiais militares, no dia 03 de fevereiro, ao ser confundido com um assaltante, ao retornar do Aeroporto de Cumbica, onde fora levar a namorada suíça que embarcava de volta ao seu país.
“Nossa proposta é utilizar intervenções urbanas, artísticas e políticas para discutir o racismo na sociedade brasileira porque entendemos que o problema do racismo não é só dos negros é da sociedade como um todo”, afirmou Gonçalves, um dos líderes do protesto.
Segundo Gonçalves, na próxima semana, a Frente vai fazer contato com os advogados de Januário para discutir uma estratégia de ações públicas que evitem o esquecimento do caso.
Na próxima terça-feira, (25/08) às 15h, está marcado o depoimento de Santana no 9º DP de Osasco.
S. Paulo - Não foi de nenhuma entidade do Movimento Negro de S. Paulo, mas de um coletivo composto por estudantes e profissionais liberais - a Frente 3 de Fevereiro - a iniciativa de promover a primeira manifestação pública para protestar, em frente ao Carrefour, contra a violência racista sofrida pelo funcionário da USP, Januário Alves de Santana, o homem negro espancado por cinco seguranças, depois de ser tomado por suspeito do roubo do seu próprio carro – um EcoSport.
Munidos de indignação e dispostos a "fazer alguma coisa" a Frente 3 de Fevereiro conseguiu reunir 10 carros com ativistas que saíram na manhã deste sábado (22/08) da Praça Pan Americana, zona Oeste de S. Paulo, até a Avenida dos Autonomistas, em Osasco. Em cada carro, uma placa com a inscrição “Carrefour Racista”.
Além da placa, já no estacionamento, eles montaram uma performance e ligaram sirenes com a locução: “Atenção. Sou Negro e este carro não está sendo roubado”. Assustada uma senhora que se apresentou como Regina, porta-voz do Carrefour, acompanhou a movimentação, enquanto os ativistas procuravam pela “salinha”, onde Januário foi espancado barbaramente durante quase 30 minutos pelos seguranças.
O local do crime
Chegaram até uma salinha de vidro, onde alguns homens não quiseram se identificar nem responderam a tentativa de contato, e souberam por informações que, provavelmente foi no local – antes protegido por uma tela escura de insufilme - que ocorreu o espancamento na noite do dia 07 de agosto.
Uma viatura da Polícia Militar foi chamada, porém, a representante do hipermercado, informou que a viatura estava apenas fazendo ronda. Segundo Felipe Teixeira Gonçalves, a informação seria desmentida pelos próprios policiais que disseram terem sido chamados.
Onde estão os negros?
No final estenderam uma enorme bandeira com a inscrição “Onde estão os Negros” e distribuíram panfletos com o título “Carrefour Racista - Frente 3 de Fevereiro convoca para a Ação" - e o texto com um alerta para os negros: Ao escutarem um alarme tocar ou receberem alguma movimentação estranha em locais públicos:1) Não entre em seu carro, não corra;2) Disfarce automaticamente para não ser confundido;3) Entre em alguma loja, comece a conversar com alguém do seu lado;4) Atenda o celular, mesmo que não esteja tocando;5) Não chame a polícia e nem fique por perto do segurança do local; 6) Evite ficar perto de outro negro, juntos são suspeitos de formação de quadrilha.
Flávio Santana
A Frente surgiu depois do assassinato do dentista Flávio Santana, morto por policiais militares, no dia 03 de fevereiro, ao ser confundido com um assaltante, ao retornar do Aeroporto de Cumbica, onde fora levar a namorada suíça que embarcava de volta ao seu país.
“Nossa proposta é utilizar intervenções urbanas, artísticas e políticas para discutir o racismo na sociedade brasileira porque entendemos que o problema do racismo não é só dos negros é da sociedade como um todo”, afirmou Gonçalves, um dos líderes do protesto.
Segundo Gonçalves, na próxima semana, a Frente vai fazer contato com os advogados de Januário para discutir uma estratégia de ações públicas que evitem o esquecimento do caso.
Na próxima terça-feira, (25/08) às 15h, está marcado o depoimento de Santana no 9º DP de Osasco.
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