Venho por meio desta carta, expressar toda minha insatisfação a maneira como é gerida a cultura e cessão dos espaços para a prática das práticas culturais aqui em Cabo Frio – RJ. Não espero muita coisa com essa exposição, além de liberar toda uma raiva contida e talvez tenha a pretensão de fomentar uma reação mais objetiva ao que está rolando na cidade.
Para contextualizar, eu sou Fábio Emecê, Mc do grupo de Rap Cabofriense Bandeira Negra, além de escritor, poeta e professor de Língua Portuguesa. No dia 04 de dezembro fomos escalados para tocar no corredor cultural do Charitas, junto Taz Mureb e Amerê, Psilosamples(MG) e Marcos Geres e Cleber Dantas(SP).
Chegamos no evento as 19 horas, horário marcado, e recebemos a noticia de que não se iria rolar as atividades, pois a polícia tinha embargado. Muito estranho. 20 horas o evento começa com os artistas fora da cidade se apresentando. Detalhe: Som baixo.
Chega um representante do evento e nos diz a seguinte versão: O atual coordenador/secretario de eventos da cidade, por não ter autorizado a atividade no Charitas, usa de sua pretensa autoridade e contato com a policia militar e proibi a realização com a condição de liberar caso liguem para ele e peçam caridosamente. O atual secretario de cultural realiza esse esforço herculeo e a atividade é autorizada. Com uma condição: Som baixo para não incomodar os “vizinhos”.
Pois bem, para começar uma questão, se houve esse problema, por que anunciar no site oficial da Prefeitura, e a independência da casa de cultura da cidade? Onde fica?
Continuando: os sons rolando e uma cobertura de filmagem. Quando o Bandeira Negra vai tocar, a filmagem e desmontada, a Taz Mureb se retira do evento e no meio da nossa apresentação, somos interrompidos, pois o horário foi extrapolado.
Segunda questão: Fins de semana o som pode ficar alto até as 2 da manhã. Terceira questão: é a quarta vez que isso acontece na cidade, pelos arredores do centro com relação a uma apresentação de Rap/ ligado a cultura Hip Hop. Fora esse cerceamento de horário, já que frequentando outros eventos e essa restrição não rola de fato.
Fica aqui todo o repúdio a maneira como está sendo conduzida a cidade: a cidade anti-cultura, anti-educação e anti-trabalho. Se não houver uma reação objetiva com relação aos desmandos da cidade, ficaremos sem ter um lugar digno para convivência.
Como artista local e independente, me recuso categoricamente a baixar a cabeça para os coronéis do novo século cabo-friense, para tentar fazer algo descente e de qualidade. Até porque se for baixar a cabeça, a qualidade não será um dos quesitos que será apreciado.
Prestem atenção amigos e amigas, ser cabo-friense e ser pensante e morando em Cabo Frio não é uma boa opção hoje em dia. É para continuar assim? Não haverá reação?
Jamais me calarei diante as arbitrariedades que acontecem na cidade e se quiserem cercear os espaços de atuação, continuem. Essa boca, esse coração e essa alma jamais irão calar.
É isso!
Fábio Emecê – Mc do grupo de rap Bandeira Negra, Coletivo H2A, Escritor, Poeta, Professor de Língua Portuguesa e indignado com o cenário local.
Um comentário:
Como vc sabe camarada Fábio estou passando por problemas semelhantes nessa cidade,me solidarizo e estamos juntos para o q der e vier
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