"A colonização sionista deve ser completada e cumprida, mesmo que contra a vontade da população nativa. É importante falar hebreu, mas, mais importante, é ser capaz de fuzilar.“ Vladimir Jabotinsky, 1939.
O ataque a frota pacifista, onde foram assassinados pelo menos 15 ativistas, é mais uma prova do que sempre Israel foi: um estado terrorista, fora da lei. Esteve sempre acima da lei. Israel faz e desfaz do direito internacional sem sequer merecer uma ação de julgamento da Corte Internacional pelos crimes de guerra e massacres cometidos.
O fato da ação terrorista de Israel ter acontecido em águas internacionais não representa fato inédito, pois o Mossad já cometeu centenas de ações ilegais e terroristas em várias partes do mundo, fora da jurisdição do que se pode chamar de “fronteiras” de Israel.
Também vários pacifistas palestinos e de outras nacionalidades foram assassinados nos territórios palestinos ocupados em ocasiões de manifestações pacíficas de solidariedade e protesto contra as políticas sionistas de ocupação, racismo e opressão que Israel impõe ao povo palestino.
O que temos de novo nesse ato de terror contra a frota pacifista é o fato desta reunir mais de 800 pessoas de diversas nacionalidades, com apoio institucional e bandeiras desfraldadas de países que não estão em estado de armistício com Israel. Quando o sangue é palestino é mais do que normal, é comum, não chama mais tanta atenção assim. E quando chama atenção e acontecem os protestos nas ruas e nos fóruns internacionais, as conseqüências políticas são desprezíveis e acabam servindo para amenizar e aliviar o peso da consciência das potencias ocidentais, culpadas pela criação da tragédia palestina.
Israel alega legitima defesa dizendo que os soldados foram agredidos ao invadir o navio. E quem convidou Israel a invadir com tanta cortesia e fineza um navio que se encontrava em águas internacionais? Quer dizer que a raposa faz um grande favor e presta um enorme serviço humanitário quando invade o galinheiro? Realmente nada mais indigno e nojento que as farsas e mentiras dos governantes israelenses e seus lacaios de plantão. Israel já ultrapassou a tempo a fase da insanidade. Talvez agora, com esse ataque, os líderes mundiais comecem a levar mais a sério o perigo que Israel representa para a paz mundial.
As fontes que alimentam o terrorismo de Israel são: sua origem sionista, a ajuda externa dos EUA, seu poder militar e a impunidade.
SIONISMO
O Sionismo é uma ideologia racista, já que um dos seus lemas, um mito propagado aos quatro ventos, “Palestina, uma terra sem povo para um povo sem terra” equivale ao que temos lido, falado e visto ao longo de sua fundação em 1898: a limpeza étnica da Palestina, a eliminação de todas as condições que objetivem a implantação do Estado da Palestina soberano e independente e a desqualificaçã o de todas as manifestações históricas e culturais da essência nacional árabe, muçulmana e cristã do povo palestino.
Desde a sua origem o sionismo se articula com as grandes potencias para obter apoio no seu projeto de colonizar a Palestina, substituindo os habitantes nativos, os palestinos, por uma população de maioria judaica, nem que para isso se cometam massacres, expulsões, destruição de vilas e aldeias (foram destruídas mais de 430 durante o período da guerra de 1948). Hoje, o maior numero de refugiados, reconhecido pela ONU, são de palestinos, com aproximadamente 5 milhões espalhados pelo mundo, sem ter o direito ao retorno as suas terras e lares na Palestina.
Um movimento pela paz em Israel procura ampliar forças para se contrapor as correntes políticas sionistas que sustentam o regime fascista de Israel, mas atualmente esse movimento não reúne apoio suficiente para alterar a correlação de poder.
AJUDA EXTERNA
A ajuda externa norte americana para Israel, coordenada pelo lobby sionista nos EUA, de mais de quatro bilhões de dólares anuais em dinheiro e armas, é resultado da aliança estratégica entre os dois países estabelecida pelos interesses mútuos no contexto da guerra fria, que teve como objetivos principais impedir que a União Soviética tivesse influencia real na região e o controle das fontes, refino e comercializaçã o do petróleo.
O debate nos Estados Unidos sobre se ainda vale a pena pagar tanto a Israel para que cidadãos e soldados americanos morram no Iraque, no Afeganistão e em toda a região, está acontecendo em várias instancias governamentais e não governamentais. Não só pela vida dos seus filhos, mas também pela falta de racionalidade em continuar sendo um império utilizando-se da força bruta, enquanto a China se estabelece mundialmente por meios mais competentes e indolores! “Porque tirar do meu bolso (impostos) para pagar Israel se tenho que mandar meu filho para a guerra lá no oriente médio, para, no fim das contas, acabar protegendo Israel”: simples e poderoso argumento de uma mãe, e que começa a permear as instancias governamentais norte americanas.
O PODER MILITAR
O governo é o exército e o exército é o governo: essa é, de fato e de direito, a democracia israelense. Democracia é fazer de Gaza o maior campo de concentração a céu aberto do mundo, democracia é cercar a Cisjordânia com o muro do apartheid, da vergonha. O presidente Lula em sua recente visita a Palestina declarou: “um muro dentro de Israel, são 750 quilômetros passando por ruas, cercando. Não é uma coisa nobre para o século XXI. Eu me senti dentro de uma eclusa, eu me senti dentro de uma eclusa, tanto para ir para a Palestina quanto para voltar. Você para num local, fecha as portas, você desce do carro, entra num outro carro, e aí você atravessa. Ou seja, é como se nós não estivéssemos vivendo num mundo civilizado, no século XXI! Onde está o grande aprendizado que esses homens que dirigem o mundo aprenderam na universidade? Será que essas pessoas não percebem que o ser humano não pode, não foi feito para involuir, mas sim para evoluir?”
Quando os EUA e outras potencias aliadas questionam o projeto de enriquecimento de urânio para fins de geração de energia elétrica e outros fins pacíficos que o Irã desenvolve, Israel se mantém calada, silencio quase absoluto sobre o tema, se não fossem as evidencias que o mundo já tem sobre o arsenal nuclear israelense. Para justificar a invasão do Iraque a CIA “fabricou” um relatório mostrando provas da existência de armas de destruição em massa. Aguardemos então que os Estados Unidos invadam Israel!
Seria importante os Estados Unidos, França e Inglaterra reverem suas políticas em relação a Israel ao invés de criticarem o acordo nuclear que o Presidente Lula promoveu entre Brasil, Irã e Turquia, demonstrando que quando as intenções das partes são baseadas no mutuo respeito entre as partes, no reconhecimento de suas aspirações legais e legítimas e na soberania dos países envolvidos, o diálogo se presta a alcançar resultados que as potencias não alcançaram até o momento por razoes óbvias: não querem negociar, dialogar, querem impor e dominar.
IMPUNIDADE
O estado israelense é um estado sionista, racista, militar e antidemocrático, protegido e financiado pelas potencias ocidentais, tendo como aliado principal os Estados Unidos da América.
Seria demasiado repugnante aceitar que um país por ser aliado do Império não lhe cabem as imposições e restrições do direito internacional. Essa seria a lógica de um sistema unipolar e a ONU, teoricamente, não foi criada para gerir esse tipo de sistema. Ou se muda a ONU para torná-la oficialmente e inteiramente submissa ao império ou o império deixa de ser império, submetendo-se, como país soberano, às regras e leis que regem a existência e a convivência multipolar e civilizada das nações, sob o comando da ONU.
A Assembléia Geral e o Conselho de Segurança da ONU, desde a votação da partilha da Palestina em 1948 até os dias de hoje, votaram tantas outras centenas de resoluções sobre a questão palestina, direitos nacionais do povo palestino ao retorno e autodeterminaçã o, ilegalidade das ocupações israelenses e tantos outros temas relativos ao conflito árabe palestino israelense. Israel cumpriu apenas uma resolução: aquela que a aceitou como membro da ONU! E o Estado da Palestina aguarda até hoje para que possa ser cumprida igual resolução.
O Holocausto dos Judeus não dá permissão para Israel se colocar acima da ordem e da lei. As vitimas de ontem não tem o direito, nem bíblico, nem de costume, nem de qualquer interpretação jurídica do direito internacional, de se considerarem herdeiros eternos de uma compaixão ocidental que os cegam de suas obrigações perante os palestinos e a humanidade. Não é justo, nem moral, nem ético e muito menos humano que os palestinos paguem em sangue, suor e lágrimas, pelo fato de terem nascido na palestina ou de pais palestinos. Os palestinos lutam pelo seu direito, um direito universal e aceito por todos: liberdade e cidadania.
SOLIDARIEDADE
Para fortalecer e ampliar a solidariedade com o povo palestino pelo seus direitos nacionais inalienáveis ao retorno a sua terra e ao estabelecimento de um estado Palestino livre e soberano, tem-se que atuar nessas frentes que são a base do terrorismo de Israel:
- Esclarecer o que é o sionismo e combater seus conceitos racistas, colonialistas e antidemocráticos.
- Ajuda externa - Fomentar ações de solidariedade, tratados comercias, científicos e comerciais, projetos culturais, educacionais e socias com os palestinos a fim de fortalecer suas instituições e sua resistência contra a ocupação. Monitorar e denunciar os Tratados de Livre Comercio de países ou Blocos que pretendam ser firmados com Israel. Produtos israelenses fabricados, montados ou provindos dos territórios ocupados são ilegais e devem ser proibidos.
- Poder militar – Denunciar o projeto nuclear israelense. Pressionar governos para que busquem acordos, tratados e resoluções para tornar o Oriente Médio e região livre de qualquer arma de destruição em massa. Apoiar todos os movimentos em Israel que recusam o serviço militar israelense. Monitorar e denunciar toda a compra de equipamentos militares e armas israelenses por parte de qualquer governo. Monitorar e denunciar empresas israelenses no Brasil que usam uma fachada sócio-juridica brasileira para fabricar partes e componentes de armamentos militares. O lema “A paz mundial depende de alcançarmos a paz no Oriente Médio” nunca foi tão forte e atual como nos dias de hoje.
- Impunidade – Denunciar os massacres, crimes, assassinatos cometidos por Israel nas cortes internacionais, debates, fóruns, etç. Criar Júris Populares para simular julgamentos dos crimes de guerra de Israel.
HOMENAGEM
Em 15 de maio ultimo, comemorou-se 62 anos da criação do estado de Israel e 62 anos da Nakba – a tragédia palestina, que continua, diariamente, a tirar vidas e mais vidas . Demorou muito menos para o mundo, através das sanções econômicas , boicotes e pressões políticas, apressar o fim do regime do apartheid na África do Sul, regime racista e segregacionista, ex-aliado de Israel.
Que esta data fatídica e trágica de 31 de maio de 2010, no mês da Nakba palestina, essa data do ataque terrorista israelense contra a frota pacifista, seja lembrado anualmente dentro das comemorações da Nakba.
Presto minha mais profunda e comovida homenagem a cada homem e mulher que estava nos navios da frota, a cada um que tombou vitima do terror israelense, homens e mulheres que deram suas vidas pelos mais dignos e nobres valores da existência humana: a solidariedade para que outros seres humanos sejam livres. Deram suas vidas por uma Palestina livre. Deram suas vidas para que o mundo possa ter uma paz justa e duradoura. Minhas condolências a todos os familiares, amigos e companheiros dessas valiosas e corajosas pessoas que não tombaram em vão, porque essa página da liberdade, escrita a sangue, ficará marcada num lugar de honra no memorial de libertação e independência nacional do povo palestino e de todos os povos que lutam por sua liberdade.
“Apesar de esmagadora superioridade militar de Israel, possuímos algo até maior: a força de justiça.” Yasser Arafat- NY Times – 1/3/2002
Emir Mourad
Ativista da solidariedade
ao povo palestino
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