“Bróder”, de Jeferson De, foi o grande vencedor do 38o Festival de Gramado, levando três troféus: melhor filme, diretor e ator (Caio Blat). Blat, que está filmando “Xingu” na Amazônia com Cao Hamburger, veio especialmente para Gramado e fez o agradecimento mais emocionado da noite.
“Macu (o personagem de Caio no filme) foi o presente mais lindo que recebi na carreira. E agora posso dizer, Jeferson, que sou negão igual a você”, afirmou Caio. Em seguida, o ator dedicou o filme aos moradores do Capão. “Cada família ali tem um Macu dentro de casa. Este prêmio vai pra eles, pra eles mudarem essa história”. Já o diretor Jeferson De, vestindo uma camisa do Internacional – como tinha feito há dias, na coletiva do filme -, fez questão de agradecer a Mano Brown e Daniel Filho por sua participação para o sucesso do filme. O cineasta também convocou a platéia do Palácio dos Festivais para um coro de “Parabéns a você” para a filha Joana. “Mais uma vez, por causa do filme, não estou com ela neste dia, mas ela está me assistindo” (a cerimônia de premiação estava sendo transmitida pelo Canal Brasil).
Igualmente com três prêmios, a produção carioca “Não se pode viver sem amor”, de Jorge Duran, ficou com os Kikitos de melhor fotografia (para Luis Abramo), roteiro (Dani Patarra e Jorge Duran) e atriz: (Simone Spoladore). Um único prêmio ficou para outro filme carioca, “O último romance de Balzac”, de Geraldo Sarno, um dos catalisadores da polêmica sobre obras psicografadas, um dos temas inegáveis deste festival.
Os prêmios da crítica ficaram para o curta “Babás”, de Consuelo Lins, o documentário brasileiro “Diário de uma busca”, de Fávia Castro, e o filme colombiano “El vuelco del cangrejo”, de Oscar Ruiz Navia. O júri popular preferiu o curta “Ratão”, de Santiago Dellape, o longa brasileiro “180º”, de Eduardo Vaisman (RJ) e o latino “Mi vida com Carlos”, de German Berger (Chile).
Longas latinos
Na seção latina, o júri oficial deu ao documentário chileno “Mi vida con Carlos” levou outros dois prêmios, de melhor filme e melhor fotografia (Miguel Littin). Comemorando muito, o diretor lembrou “a necessidade de lembrar o passado para construir uma sociedade mais justa. Um pais sem documentários é como família sem fotografias”.
Outros dois troféus ficaram para a produção argentina , “La vieja de atrás”, de Pablo Meza, que venceu melhor roteiro, ator (Martin Piroyansky, que dividiu este prêmio com o mexicano Gabino Rodriguez, de “Perpetuum Mobile”).
O filme mexicano “Perpetuum móbile”ficou ainda com o Kikito de melhor diretor para Nicolas Pereda. A comédia dramática nicaragüense “La Yuma”, de Florence Jaugey, venceu o prêmio Especial do júri e também melhor atriz para Alma Blanco.
Kikitos de curtas
No formato, grande vencedor foi “Haruo Ohara”, do paranaense Rodrigo Grota – que levou o de melhor filme (dividido com o baiano “Carreto”, de Claudio Marques e Marília Hughes), além de fotografia (Carlos Ebert) e direção. “Carreto” ficou também com o de melhor roteiro.
O kikito de melhor atriz foi para a gaúcha Elisa Volpato, de “Um animal menor”. O melhor ator, Flávio Bauraqui, do paulista “Ninjas”, de Dennison Ramalho. O prêmio especial do júri ficou para a animação “Os anjos do meio da praça”, de Ale Camargo e Camila Carrossine.
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