terça-feira, 12 de outubro de 2010

1/4 do Brasil não vota, anula ou vota em branco

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Apesar dos milhões em marketing eleitoreiro,
Apesar do bombardeio ideológico e da chantagem da obrigatoriedade do voto,
Apesar da despolitização, do oportunismo e promessas mentirosas,
O povo disse não às eleições e, como nunca, boicotou ativamente e protestou contra a farsa de democracia promovida pelo Estado burguês latifundiário.
Trinta e quatro milhões, duzentos e nove mil, seiscentos e oitenta e nove pessoas não votaram, anularam o voto ou votaram em branco no pleito para o posto de gerente da semicolônia.
Para tentar camuflar o elevado índice de repúdio à farsa eleitoral, o TSE publica apenas os resultados dos chamados "votos válidos", mas levando em conta os números totais, a soma dos não votantes, votos anulados e votos em branco superou o segundo colocado, José Serra (PSDB), em um milhão, setenta e nove mil, quinhentos e quinze.
E apesar de o monopólio da imprensa e pretensos "analistas políticos" atribuírem os desdobramentos eleitoreiros do pleito a um "bombardeio de intrigas" contra a candidata da chapa governista, ou a um sprint "fenômeno" da eco-ONGueira, o grande fato desse primeiro turno foi o elevado número de abstenções.
Os números das eleições para os postos de gerentes estaduais só confirmam o resultado geral, com destaque para o estado de Rondônia, onde o movimento camponês combativo já há anos denuncia a farsa de democracia e desfralda o caminho da Revolução Agrária, que registrou o número mais alto de abstenções, votos brancos e nulos em um só estado: 38,52% dos possíveis eleitores (415.439 pessoas). No Nordeste, região alvo do bombardeio cerrado de "bolsas" de todo tipo, base da popularidade de Luiz Inácio, registrou-se a maior média de repúdio à farsa eleitoral: aproximadamente 30% dos possíveis eleitores repudiaram a farsa eleitoral.
São dados que certamente encabularão qualquer instituto de pesquisa e estatística e que, certamente, jamais serão tabulados pelo monopólio da imprensa. Inventar dados é possível, propagá-los e tentar vendê-los como verdade também, impossível é negar a realidade. E ela está aí, difícil de ser engolida pelos arautos do "espetáculo da democracia" burguesa.
E sem haver muito o que dizer na ópera bufa do partido único, em que ninguém é diferente e a grande briga é para decidir quem é mais igual ao modelo do operário-padrão predileto do imperialismo e do latifúndio, ainda houve quem exaltasse uma pretensa "renovação dos cargos eletivos". Aludindo à saída de cena das figuras pré-históricas, que durante décadas pulularam nas cadeiras da Câmara e do Senado, dando lugar aos seus filhos, parentes e apaniguados, tencionam fazer parecer que algo mudou com isso. Mas basta que regressemos a 2002, quando com a eleição de Luiz Inácio todo o governo se "renovou", para perguntarmos: o que mudou de fato? Com o oportunismo no poder, além de não haver mudança alguma na essência do velho Estado, tão burguês-latifundiário e serviçal do imperialismo quanto antes e ainda mais depois, não se contentando com isso, o gerenciamento Luiz Inácio se ocupou em copiar os métodos de seus antecessores e aprimorá-los até onde pôde: vide mensalões, sanguessugas, cuecões, tramoias de todo tipo perpassando a Casa Civil, "reformas" antipovo, programas tampão para engessamento das massas, etc.
E o selo perfeito para o primeiro turno do circo eleitoral foram os mais de um milhão e trezentos mil votos para o deputado Tiririca. Enquanto alguns esbravejavam clamando uma "reforma política" que impeça que Tiriricas arrastem outros de sua legenda, ele é uma grande prova da despolitização, vaziez, imprestabilidade da farsa eleitoral e ao mesmo tempo é o retrato fidedigno do que representa o sistema de governo do velho Estado.


Retirado de A Nova Democracia

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