domingo, 30 de outubro de 2011

Para Mano Brown, "Marighella" traz pensamento atual

Na Mostra, o filme será exibido em diversos cinemas e sessões, que vão até o dia 3 de novembro

Vivian Fernandes

O documentário “Marighella”, que conta a história desse revolucionário baiano, é um dos destaques da 35ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. O filme tem roteiro e direção de Isa Grinspum Ferraz, sobrinha do guerrilheiro. Ela conta o que a motivou para realizar essa obra.
“O Marighella é uma grande figura da história do Brasil. E eu convivi com o Marighella dentro de casa, sem saber que o Marighella era o Marighella, para mim era o tio Carlos. Então, tinha também essa vontade de saber mais sobre ele, essa figura que eu gostava muito e que, ao mesmo tempo, era o homem mais procurado do Brasil [durante a ditadura militar]”.
O longa conta sua trajetória de militância no Partido Comunista Brasileiro, prisão na era Vargas e a atuação como deputado. Marighella foi morto durante a ditadura civil-militar pelo delegado Sérgio Fleury. A obra traz depoimentos de militantes de esquerda que lutaram ao lado dele e de sua companheira Clara Charf.
Na trilha sonora há a música de Mano Brown chamada “Marighella”, composta especialmente para o filme. O rapper fala sobre as semelhanças entre o pensamento marighellista e o de outros lutadores.
“A gente consegue ver rápido ali a filosofia dos caras que a gente gosta também. Com o Malcon X, você vê a rebeldia do 2pac, o Public Enemy ali, você vê Zumbi, você vê os caras contemporâneos nossos do dia a dia, o cara que têm aquela bravura, tem aquela mente. Você consegue ver fragmentos do Marighella por aí”.
Na Mostra, o filme será exibido em diversos cinemas e sessões, que vão até o dia 3 de novembro. 2011 é o ano em que Carlos Marighella completaria 100 anos de vida.

*com entrevistas de Nina Fidelis

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