Neste ano, 2010, as manobras para matar o jornalista revolucionário afro-americano Mumia Abu-Jamal está se acelerando num ritmo alarmante. Como se não bastasse que, em janeiro, a Suprema Corte dos Estados Unidos revogasse a anulação da pena de morte dele e que procuradores na Filadélfia apresentasse o seu argumento inicial para executá-lo, ademais de um clima de linchamento na Filadélfia com a intensa promoção da estréia (em 21 de setembro) do documentário anti-Mumia “Do cano de uma arma”, agora há um novo ataque sinistro e venenoso contra Mumia Abu-Jamal. E você pode imaginar de onde vem esta ofensiva? De certos líderes do movimento para a abolição da pena de morte nos Estados Unidos!
O Comitê Internacional de Amigos e Família de Mumia Abu-Jamal (ICFFMAJ) e a Coalizão pela Liberdade de Mumia Abu-Jamal em Nova York denunciaram publicamente esta vilania em meados de junho passado, durante o Fórum Social, em Detroit, e em outros locais.
Pessoas como Renny Cushing e Kate Lowenstein consideram Mumia como “uma ameaça ao ‘seu movimento’". Você consegue imaginar por quê? Porque estes falsos líderes abolicionistas procuram cultivar o apoio da Ordem Fraternal da Polícia (FOP) em sua campanha para abolir a pena de morte! Sim, a mesma FOP cujos policiais quase mataram Mumia na noite de sua detenção, em 1981. A mesma FOP que conduz uma campanha de calúnias contra ele e de ameaças e intimidações contra qualquer pessoa ou grupo que revele o mais mínimo apoio a Mumia, e até contra os abolicionistas da pena de morte. A mesma FOP que tem comprado juízes, promotores, deputados, senadores, prefeitos, governadores e presidentes durante 28 anos e meio para assegurar a execução de Mumia.
E quem é este homem que pretendem sacrificar? O autor de seis livros, incluindo o “Ao Vivo do Corredor da Morte”, que tem atraído a atenção internacional para os assassinatos legais cometidos pelos governos estaduais e federal dos Estados Unidos. O autor que, em seus ensaios semanais, coloca um rosto humano nas horrorosas estatísticas sobre a destruição oficial da vida. O preso político mais emblemático do mundo no que diz respeito à aplicação injusta e racista da pena de morte nos Estados Unidos. O preso político responsável pela mobilização de centenas de milhares de pessoas em oposição à pena de morte.
Em seu recente artigo "A política da morte: Puxar Mumia Abu-Jamal para debaixo do carro”, publicado no site "Isto não pode estar acontecendo" http://www.thiscantbehappening.net/node/117, o escritor Dave Lindorff disse que em 4 de março passado, Cushing e Lowenstein deixaram o IV Congresso Mundial Contra a Pena de Morte, em Genebra, na Suíça, em protesto contra a participação, por telefone, de Mumia.
Ele explica o que quase ninguém sabia, que em dezembro de 2009 estes líderes e outros - às costas dos seus órgãos diretivos e membros - tinham assinado um memorando “confidencial" dirigido aos organizadores franceses do Congresso Mundial, que afirma: "Como representantes internacionais do movimento abolicionista estadunidense, discordamos com a participação de Mumia Abu-Jamal, ou dos seus advogados no Congresso Mundial..." Os signatários descrevem-se como "membros estadunidenses do Comitê de Direção da Coligação Mundial Contra a Pena de Morte".
Segundo o mesmo, uma nota da FOP tem "anunciado um boicote de organizações e indivíduos que apóiam Mumia Abu-Jamal”, e por isso qualquer coisa que o Congresso faça para apoiar a sua causa seria "perigosamente contraproducente para o movimento abolicionista nos Estados Unidos".
Lindorff explicou ainda que ao dar conhecimento da nota para alguns membros das Mesas Diretivas cujos líderes o assinaram, as reações variavam entre a consternação e a raiva. Entre aqueles que não tinham conhecimento da nota e que apóiam Mumia Abu-Jamal estão Robert Meeropol, Bill Babbitt, Bill Pelke e Heidi Beghosian do Grêmio Nacional de Advogados, que disse: "O caso de Mumia Abu-Jamal é emblemático das falhas inerentes ao sistema de castigo capital… O fato de que ele está sendo punido por alguns líderes do movimento abolicionista mostra precisamente o que está errado com o sistema - é um sistema escravizado aos caprichos e prejuízos pessoais da polícia, procuradores, juízes e jurados…”
Ao ser entrevistado por telefone, sobre as manobras secretas destes líderes e dos seus planos para conquistar o apoio da FOP, Mumia condenou firmemente os seus esforços para isolá-lo e excluí-lo do movimento abolicionista. "Eles estão fazendo um pacto com o diabo", contou ele. "Como eu sou da Filadélfia, meus instintos me dizem que devem ter recebido dinheiro de alguém, mas ainda não tenho provas disso... Esta ação secreta é uma ameaça para todo o movimento abolicionista. Estão dizendo que não deveríamos lutar, porque a oposição (à Abolição) é demasiado forte. Se você tem essa atitude, por que deveríamos ter um movimento abolicionista?”
E continuou: "Se os abolicionistas da escravatura tivessem adotado essa atitude em 1860, e se tivessem dito, bem, vamos liberar todos os escravos MENOS os rebeldes que tenham um preço sobre a sua cabeça, como Harriet Tubman e Frederick Douglass, ainda teríamos a escravatura hoje em dia".
Mumia comentou, também, que parece que o movimento abolicionista perdeu o seu norte e que deveria ser mais amplo para refletir a população dos corredores da morte dos Estados Unidos, onde quase todos são pobres e onde 53% dos presos condenados à morte não são brancos.
Neste momento crítico, mostre o seu apoio à liberdade de Mumia Abu-Jamal.
• Ajude a organizar uma concentração em frente à embaixada ou consulado estadunidense ou outro local apropriado em sua cidade.
• Participe das atividades de coleta de assinaturas e de divulgação em praças públicas.
• Organize uma projeção do filme “In Prison My Whole Life" ou um evento cultural em sua escola, local de trabalho ou outro espaço. Para adquirir uma cópia do filme com legendas em castelhano escreva para: a_n_a@riseup.net
• Ajude a divulgar os seus escritos.
• Para pressionar Barack Obama a tomar medidas a favor de Mumia:
• Para pressionar o procurador federal Eric Holder a abrir uma investigação sobre as violações dos seus direitos:
Fonte: Amigos e amigas de Mumia Abu-Jamal - México
Tradução > Liberdade à Solta
agência de notícias anarquistas-ana
lua alta
céu claro
o som da folha caindo
Alexandre Brito
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