sábado, 17 de setembro de 2011

Educação, Sindicato e Colegiado, um longo caminho.

Por Fábio Emecê

Tendo em vista os acontecimentos da última assembléia do SEPE – Lagos, a proposta é uma reflexão do que pode ser um movimento amplo e coeso para se retomar a ideia de educação pública , tão dispersa e combalida nos dias atuais.
Quando o sindicato demonstra que estamos dentro de uma lógica de constante cooptação do Sistema de pessoas que deveriam combater ao mesmo sistema, temos que parar para pensar a nossa participação e culpabilidade no processo. Perceber a corrupção endêmica e extensiva nos torna inocentes úteis em um processo que deveriamos ser pró-ativos a ponto de não abrir precedente para cooptações.
Mas não fomos pró-ativos o suficiente para coibir a ação do Sistema, mesmo assim a assembléia mostrou que podemos fomentar uma nova participação e antes de mais nada, devemos ficar constantemente atentos a tentativa de aparelhamento do sindicato.
Que Sistema é esse que tanto falo? São as secretarias de educação, donos de escola, reitorias de universidades e governos municipais, estaduais e federal que sempre tenta desarticular os movimentos organizados, seja com a força policial e com a tática que se mostra bastante eficaz: a infiltração de corruptos nos movimentos.
O que isso gera? Desarticulação, desgaste, descredito e se perde o conceito de colegiado. As pessoas não percebem a real importância de se decidir algo em conjunto, com discussões, opiniões, transparência e convencimento. Uma diretoria dentro do que é o Estatuto do SEPE, sempre será refenderada por assembléia, ou seja, a diretoria é um instrumento de administração, mas nunca um instrumento de deliberação, a decisão sempre cabe ao colegiado, sempre.
Quando um corrupto se cria em um espaço como o nosso, é vergonhoso para nós, pois não fomos pró-ativos, só que a última assembléia provou uma coisa: ser inocente útil não pode ser mais a nossa tônica. Ser número para se refenderar ações de desarticuladores a mando do Sistema, não dá mais.
Criar outro sindicato? Antes de discutir algo desse porte, prefiro e me empenho em mostrar para os educadores o grande pulo e a grande ideia da educação pública: a participação coletiva. Tenho medo que o novo, nasça velho, ou seja, aparelhamento a vista. O estatuto do SEPE é avançado a esse ponto, mas as pessoas ainda não, cabendo um trabalho sério de fomentar a ideia de o SEPE é a trincheira de combate válida para se mudar a ideia de educação centralista, elitista e excludente.
Vamos retomar esse processo? Vamos lutar por uma educação realmente pública? A última assembléia do SEPE-Lagos mostrou um caminho. Precisa-se de braços e pernas para se continuar a caminhada.
O SEPE somos nós, nossa luta, nossa voz.


 

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