Por Fábio Emecê
A última semana pode ser apontada como uma nova forma de ver e pensar o movimento negro de Cabo Frio? Vamos por partes, pois gostaria de tecer algumas considerações. Considerações de um militante que já percebeu em sua curta trajetória, a completa iniquidade de pretensos dirigentes que se colocam em um patamar de pessoas acimas de qualquer suspeita.
A última semana pode ser apontada como uma nova forma de ver e pensar o movimento negro de Cabo Frio? Vamos por partes, pois gostaria de tecer algumas considerações. Considerações de um militante que já percebeu em sua curta trajetória, a completa iniquidade de pretensos dirigentes que se colocam em um patamar de pessoas acimas de qualquer suspeita.
Pois bem, Terça-feira, dia 28 de junho, foi formada a Frente Afrodescendente de Cabo Frio no Charitas e Quarta-feira, dia 29 de junho, foi lançado o jornal Afro-Lagos. Duas ações consideradas importantes no seio da militância social. Um esforço válido de juntar militantes em prol de uma causa comum.
Adentrando nos detalhes o que vemos? Dois grupos que discordam fundamentalmente nas práticas de intervenção criando formas alternativas de atuação? Tentativa de se legitimar diante da sociedade já que a ONU estabeleceu 2011 como o ano do afrodescendente? Juntar velhos e novos militantes para uma renovação organizacional e sistemática da atuação étnica?
Quaisquer dos motivos citados poderiam encampar a formação da Frente e a criação do Jornal a não ser por vermos pessoas com suas representações de uma pessoa só, seus discursos insossos e suas lágrimas de crocodilo. Ah Fábio, pontuar isso é lugar comum. Tá bom, eu sei que é! Vamos focar outra coisa então.
Fatos relevantes para posicionamentos efetivos do militantes andam pipocando aos montes no Munícipio. Exemplos como o artigo do Anderson Macleyves e o artista que se pintou de preto, caricaturando a imagem do negro no evento Portinho Boêmio, deu pano para manga para a Frente ou o Jornal Afro-Lagos se colocarem como realmente relevantes no processo de afirmação e defesa do povo afrodescendente.
O que aconteceu de fato? O jornal Afro-Lagos foi lançado no Teatro Municipal, e em vez de uma menção ao triste artigo escrito pelo diretor do Teatro, pelo menos advertindo-o, foi feito agradecimentos pela cessão do espaço e pelo esforço de contribuição para a luta. Ah, sempre a luta. O Afro-Lagos poderia ser uma trincheira da impresa escrita para articulistas de cunho racista como o Macleyves né, mas pelo jeito, ele ganhará até coluna.
E o Portinho Boêmio. Além do fato de que no dia em que o artista racista se apresentou, representantes da Frente estavam dançando alegres e felizes, ainda se poderia cobrar uma dita representação da SUPIR cabofriense. Até agora nada e se aconteceu algo, por que não publicizar?
Sem contar um terceiro fato interessantíssimo.
Cabo Frio é um segundo Munícipio do Rio de Janeiro em relação ao trabalho escravo, e um dos responsáveis diretos pelo emprego de trabalho escravo na região, trabalhadores em sua maioria negros, são justamente as empreiteiras e quem é responsável por uma empreiteira do Munícipio? Um dos prefeitáveis que ao meu exemplo, compareceu aos dois eventos, porém, ao contrário de mim, fez campanha explicíta para as Eleições de 2012, aliás, se fazer campanha antecipada configura crime eleitoral, por que o prefeitável dono de empreiteira discursou apresentando propostas de governo?
Ai, ai, acho que minha análise parca dos fatos me posiciona de fato diante da Frente Afrodescente e do Jornal Afro-Lagos, ou seja, discutir em salas fechadas ou compilar textos em papel jornal não escondem o que pode estar por trás das ações.
Ações, prática, organicidade... Onde está? Diga-me, onde está? Só sei que eu tô lá, pode ir que eu tô lá...
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