Cerca de 500 pessoas, segundo a Polícia Militar, participaram neste sábado da Marcha das Vadias na praia de Copacabana (zona sul do Rio). O humorista Rafinha Bastos, do programa "CQC", da TV Bandeirantes, foi vaiado por causa de seu comentário no Twitter sobre estupro.
Manifestantes realizam Marcha da Maconha em São Paulo
Na internet, ele disse que toda mulher que reclama que foi estuprada é feia, e que o homem que cometeu o ato merecia um abraço, e não cadeia. O humorista não estava na marcha.
De roupas curtas, lingeries à mostra, meia arrastão, flores nos cabelos e maquiagem forte, os manifestantes --homens e mulheres--, iniciaram o ato por volta das 15h30.
A Marcha das Vadias é um protesto bem-humorado contra a ideia de culpar as mulheres pela agressão que sofrem. "Nenhuma agressão sexual pode ser justificada pelas roupas, pelo comportamento ou pelo estilo de vida da pessoa agredida", diz Daniela Montper, 29, uma das organizadoras do evento.
Para ela, as vítimas sofrem um segundo estupro quando são acusadas de terem culpa pela violência. Segundo Daniela, feministas estão se mobilizando em todo o país para que a marcha aconteça anualmente, no mesmo dia, em diversas cidades. Até que a sociedade se conscientize de que "roupas, comportamento ou estilo de vida, nada justifica a violência".
Dezenas de homens que se intitulam vadios também acompanham a manifestação, muitos deles fantasiados de mulher. Grupos de teatro, artistas de rua e outros movimentos como o da Marcha da Maconha também acompanham a passeata.
Para o engenheiro Bruno Cava, 32, esta é uma forte crítica social com tom tropicalista. "Não ensinam os homens a não estuprar, mas ensinam às mulheres como não serem estupradas". O comentário remete à origem do movimento, que começou no Canadá em fevereiro de 2011 e ganha força pelo mundo.
A primeira edição foi feita por estudantes da universidade de Toronto contra a infeliz afirmação de um policial, em palestra sobre segurança no campus. Ele sugeriu que as estudantes evitassem se vestir como "vadias", para não serem vítimas de assédio sexual.
As declarações causaram revolta e geraram um grande movimento organizado na internet, que começou no início de abril com o protesto de Toronto e já aconteceu em mais de 20 cidades norte-americanas e australianas.
"Não é culpa dos nossos vestidos, salto alto, regatas, saias e afins que todos os dias mulheres são desrespeitadas e agredidas sexualmente, isso é culpa do machismo ainda muito presente na nossa sociedade. As mulheres do mundo estão se unindo!", diz a apresentação do evento no site "Slut Walk Toronto".
Já no movimento de São Paulo, a organizadora do evento, Madô Lopez, diz em seu blog que já foi insultada pelas roupas que usava, em cantadas e gracinhas feitas por homens.
"Chega de sermos recriminadas e discriminadas nas ruas porque usamos saias, leggings, regatas, vestidos justos, chega de sermos reprimidas e intimidadas porque somos mulheres, porque somos femininas e porque queremos nos sentir sensuais, bora pras ruas mulherada! Não é porque uso saia que sou puta!", escreve ela.
No site oficial da "Slut Walk", a organização diz que historicamente o termo slut (puta, vagabunda ou vadia, em português) tem conotação negativa e se tornou ferramenta de acusação grave de caráter.
"Nós estamos cansadas de sermos oprimidas pela palavra 'vagabunda'; de sermos julgadas por nossa sexualidade e de nos sentirmos inseguras como resultado disso. Ter o controle das nossas vidas sexuais não significa que nós estamos abertas à violência e ao abuso, mesmo que façamos sexo por prazer ou trabalho. Ninguém deveria comparar gostar de sexo com atrair abuso sexual."
Manifestantes realizam Marcha da Maconha em São Paulo
Na internet, ele disse que toda mulher que reclama que foi estuprada é feia, e que o homem que cometeu o ato merecia um abraço, e não cadeia. O humorista não estava na marcha.
De roupas curtas, lingeries à mostra, meia arrastão, flores nos cabelos e maquiagem forte, os manifestantes --homens e mulheres--, iniciaram o ato por volta das 15h30.
A Marcha das Vadias é um protesto bem-humorado contra a ideia de culpar as mulheres pela agressão que sofrem. "Nenhuma agressão sexual pode ser justificada pelas roupas, pelo comportamento ou pelo estilo de vida da pessoa agredida", diz Daniela Montper, 29, uma das organizadoras do evento.
Para ela, as vítimas sofrem um segundo estupro quando são acusadas de terem culpa pela violência. Segundo Daniela, feministas estão se mobilizando em todo o país para que a marcha aconteça anualmente, no mesmo dia, em diversas cidades. Até que a sociedade se conscientize de que "roupas, comportamento ou estilo de vida, nada justifica a violência".
Dezenas de homens que se intitulam vadios também acompanham a manifestação, muitos deles fantasiados de mulher. Grupos de teatro, artistas de rua e outros movimentos como o da Marcha da Maconha também acompanham a passeata.
Para o engenheiro Bruno Cava, 32, esta é uma forte crítica social com tom tropicalista. "Não ensinam os homens a não estuprar, mas ensinam às mulheres como não serem estupradas". O comentário remete à origem do movimento, que começou no Canadá em fevereiro de 2011 e ganha força pelo mundo.
A primeira edição foi feita por estudantes da universidade de Toronto contra a infeliz afirmação de um policial, em palestra sobre segurança no campus. Ele sugeriu que as estudantes evitassem se vestir como "vadias", para não serem vítimas de assédio sexual.
As declarações causaram revolta e geraram um grande movimento organizado na internet, que começou no início de abril com o protesto de Toronto e já aconteceu em mais de 20 cidades norte-americanas e australianas.
"Não é culpa dos nossos vestidos, salto alto, regatas, saias e afins que todos os dias mulheres são desrespeitadas e agredidas sexualmente, isso é culpa do machismo ainda muito presente na nossa sociedade. As mulheres do mundo estão se unindo!", diz a apresentação do evento no site "Slut Walk Toronto".
Já no movimento de São Paulo, a organizadora do evento, Madô Lopez, diz em seu blog que já foi insultada pelas roupas que usava, em cantadas e gracinhas feitas por homens.
"Chega de sermos recriminadas e discriminadas nas ruas porque usamos saias, leggings, regatas, vestidos justos, chega de sermos reprimidas e intimidadas porque somos mulheres, porque somos femininas e porque queremos nos sentir sensuais, bora pras ruas mulherada! Não é porque uso saia que sou puta!", escreve ela.
No site oficial da "Slut Walk", a organização diz que historicamente o termo slut (puta, vagabunda ou vadia, em português) tem conotação negativa e se tornou ferramenta de acusação grave de caráter.
"Nós estamos cansadas de sermos oprimidas pela palavra 'vagabunda'; de sermos julgadas por nossa sexualidade e de nos sentirmos inseguras como resultado disso. Ter o controle das nossas vidas sexuais não significa que nós estamos abertas à violência e ao abuso, mesmo que façamos sexo por prazer ou trabalho. Ninguém deveria comparar gostar de sexo com atrair abuso sexual."
Fonte: DAMARIS GIULIANA-Folha.com
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